terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Reação ao texto “O Sujeito complexo” de Jean Tellez.

Boa Boite leitores!

Minha primeira publicação de 2012 vai ser minha sétima reação de um texto do autor Jean Tellez. Pode ser considerada uma leitura "pesada e complexa" para leigos no assunto do eu - ego - consciência; mas sobretudo essencial para entendermos um poucos sobre o que somos e nossas dúvidas!

Leiam e questionem:




O autor pretende abordar o estudo complexo de sujeito em Edgar Morin. A análise do cogito (eu penso) feita em “O Método” por Edgar Morin pode ajudar a entender sua noção de sujeito. Ao centralizar no espaço da “consciência”, isto é, no sujeito propriamente humano; consideramos a complexidade do eu consciente que conduz a complexidade própria do eu em geral.
Na visão ontológica, ocorre a revelação do caráter da relação do sujeito consigo próprio. Morin investigará a raiz desse pensamento que permite dizer “eu sou”. Ao dizermos “eu sou”, estamos nos vendo como próprios, ou melhor, somos um “eu” que diz “eu”; é como que descobrir a si mesmos. Da mesma maneira ao pensarmos que pensamos, estamos descobrindo um “eu” que pensa o “eu”. Essa ação trata-se de uma auto-constituição dependente do ser. O ser aqui é entendido como aquilo que é radicalmente outra coisa que o pensamento e, contudo, profundamente solidário dele.
Assim, o “sou” do “eu penso”, logo “eu sou” é uma forma nova e inesperada, que só existe a partir do ente. O ego que emerge do cogito é uma auto-produção de ser, com parte do ser, que se singulariza, entretanto dele. Morin nos ensina a ver atrás desse cogito; um computo (o “eu” computo). Como indivíduo computante, o sujeito é inicialmente um ser vivo, é o que se chama de computação viva.
Para Morin, devemos nos pensar como seres de corações turbilhados, onde mora o caos e ao mesmo tempo a organização. O homem se vê como o objeto mais prodígio da natureza. Somos contraditórios por natureza.
A dualidade da vida/morte, faz o homem perceber que somos tudo para nós mesmos enquanto seres vivos, e ao mesmo tempo não somos nada. Sendo a morte a única certeza da vida; a incerteza é característica marcante no sujeito vivo.
Vivemos uma “estranha vida complexa”, nos organizamos por desorganizações; somos estáveis por intermédio de instabilidades etc. A instável identidade do sujeito humano produz então sua única identidade possível; sua única estabilidade.
A complexidade do mundo é inseparável da complexidade do sujeito. O “vivo do sujeito” e também “a vida do conhecimento” é sua única sobrevida possível, o único vigor que ele dispõe.
O que define o sujeito é seu caráter de auto-eco-organização, o que quer dizer que ele produz sua autonomia dependendo dos fatores ecológicos. O ser vivo mais elementar computa. Eu computo, logo eu sou, eu me produzo.
O cogito reflete o computo. Ao pensar me situo no centro de meu pensamento, assim como quando computo me situo no centro de meu mundo. O “eu” – ego - é uma posição a ocupar. É o centro de meu mundo. A vida e o sujeito constituem a “consciência”.

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