Minha primeira publicação de 2012 vai ser minha sétima reação de um texto do autor Jean Tellez. Pode ser considerada uma leitura "pesada e complexa" para leigos no assunto do eu - ego - consciência; mas sobretudo essencial para entendermos um poucos sobre o que somos e nossas dúvidas!
Leiam e questionem:
O autor pretende abordar o estudo complexo de sujeito em Edgar Morin. A análise do cogito (eu penso) feita em “O Método” por Edgar Morin pode ajudar a entender sua noção de sujeito. Ao centralizar no espaço da “consciência”, isto é, no sujeito propriamente humano; consideramos a complexidade do eu consciente que conduz a complexidade própria do eu em geral.
Na visão ontológica, ocorre a revelação do caráter da relação do sujeito consigo próprio. Morin investigará a raiz desse pensamento que permite dizer “eu sou”. Ao dizermos “eu sou”, estamos nos vendo como próprios, ou melhor, somos um “eu” que diz “eu”; é como que descobrir a si mesmos. Da mesma maneira ao pensarmos que pensamos, estamos descobrindo um “eu” que pensa o “eu”. Essa ação trata-se de uma auto-constituição dependente do ser. O ser aqui é entendido como aquilo que é radicalmente outra coisa que o pensamento e, contudo, profundamente solidário dele.
Assim, o “sou” do “eu penso”, logo “eu sou” é uma forma nova e inesperada, que só existe a partir do ente. O ego que emerge do cogito é uma auto-produção de ser, com parte do ser, que se singulariza, entretanto dele. Morin nos ensina a ver atrás desse cogito; um computo (o “eu” computo). Como indivíduo computante, o sujeito é inicialmente um ser vivo, é o que se chama de computação viva.
Para Morin, devemos nos pensar como seres de corações turbilhados, onde mora o caos e ao mesmo tempo a organização. O homem se vê como o objeto mais prodígio da natureza. Somos contraditórios por natureza.
A dualidade da vida/morte, faz o homem perceber que somos tudo para nós mesmos enquanto seres vivos, e ao mesmo tempo não somos nada. Sendo a morte a única certeza da vida; a incerteza é característica marcante no sujeito vivo.
Vivemos uma “estranha vida complexa”, nos organizamos por desorganizações; somos estáveis por intermédio de instabilidades etc. A instável identidade do sujeito humano produz então sua única identidade possível; sua única estabilidade.
A complexidade do mundo é inseparável da complexidade do sujeito. O “vivo do sujeito” e também “a vida do conhecimento” é sua única sobrevida possível, o único vigor que ele dispõe.
O que define o sujeito é seu caráter de auto-eco-organização, o que quer dizer que ele produz sua autonomia dependendo dos fatores ecológicos. O ser vivo mais elementar computa. Eu computo, logo eu sou, eu me produzo.
O cogito reflete o computo. Ao pensar me situo no centro de meu pensamento, assim como quando computo me situo no centro de meu mundo. O “eu” – ego - é uma posição a ocupar. É o centro de meu mundo. A vida e o sujeito constituem a “consciência”.
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