Nesta noite trago mais uma reação sobre o sentido da Religião no processo de formação do ser humano. Com algumas "pinceladas" nos sentidos de exterioridade, interioridade e objetivação do desenvolvimento humano na sociedade!
Boa leitura:
Em seu texto, Berguer, pretende relacionar a religião humana com a construção humana do mundo. Concordo com o autor quando diz que “a sociedade é produto do homem e a de que o homem é produto da sociedade”, pois não pode haver realidade social sem o homem, como também não pode haver a formação de um indivíduo sem a intervenção da sociedade.
O processo dialético da sociedade consiste em três momentos: a exteriorização, a objetivação e a interiorização. É através da exteriorização que a sociedade é um produto humano. O ser humano é exteriorizante por essência; quando nasce o organismo humano ainda está inacabado e se encontra em um mundo que precede sua existência.
Sempre o ser humano procura o equilíbrio com seu corpo e com seu mundo. E esse mundo é a cultura, que pode ser entendida como produto da própria atividade humana. Por ser um animal social, o homo sapiens, quando constrói seu mundo, toma esse empreendimento com um caráter coletivo.
A objetivação é responsável por tornar a sociedade uma realidade. O autor explica que a “matéria de que a sociedade e todas as suas formações são feitas são os sentidos humanos externados na atividade humana”. A pesar da cultura se originar nas consciências subjetivas, ela subsiste fora da subjetividade do indivíduo, como um mundo, e esse mundo atinge o caráter de realidade objetiva.
A vida só é objetivamente real ao próprio indivíduo e a toda a sociedade porque está inserida no interior do mundo social, o qual tem caráter de realidade objetiva. Os papéis sociais representam a força coercitiva que a sociedade exerce sobre os indivíduos e além disso você precisa ser você mesmo.
A interiorização é responsável pelo homem ser um produto da sociedade. Este processo pode ser entendido com a reabsorção na consciência do mundo objetivado de tal maneira que as estruturas deste mundo vêm a determinar as estruturas subjetivas da própria consciência. O indivíduo é socializado para ser uma determinada pessoa e habitar um determinado mundo.
A realidade subjetiva do mundo depende da continuidade que lhe é dada. O mundo social não é possivelmente absorvido pelo indivíduo, e sim apropriado ativamente por ele. O indivíduo é responsável por replicar o mundo que o formou e desse modo continua a mantê-lo como realidade.
A sociedade é responsável pela ordem e sentido da vida, por isso quando o indivíduo perde a conversação com o mundo social ele se torna doente; pois ele perde seu “espelho”, não mais se reconhece, nem ao mundo que vive.
“A religião é o empreendimento humano pelo qual se estabelece o cosmos sagrado”, diz Berguer. O cosmos transcende ao mesmo tempo que inclui o homem. Ao enfrentar o sagrado como realidade, o homem coloca sua vida em ordem e dotada de sentido. A religião representa o grau mais alto de exteriorização do homem pela infusão, dos seus próprios sentidos pela realidade.
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